A reunião com os moveleiros, no último dia 25, tratou sobre a importância do setor para o desenvolvimento do estado e sobre propostas de avanço no município de Pedra Branca do Amapari. O encontro foi marcado pela Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente – Semab, em parceria com o Centro de Apoio ao Desenvolvimento das Indústrias Moveleiras do Amapá – Cadima, e reuniu onze representantes do setor moveleiro.
Esta foi a primeira reunião de socialização das ações da Prefeitura de investimento no mercado de movelaria de Pedra Branca do Amapari para resgatar o setor, que vive uma crise histórica desde a exigência legal de comprovação da origem da madeira, que precisa ser licenciada para estar apta à comercialização. Essa realidade afeta diretamente as pequenas indústrias locais de móveis e artefatos, que se utilizavam das madeiras remanescentes das mineradoras, linhões e hidrelétricas.
“De repente, uma atividade centenária, passou a ser ilegal. Todos os investidores públicos se retiraram, não tem espaço em lugar nenhum. Em todo o Amapá, a predominância é de móveis fabricados em outros estados”, relatou o presidente do Cadima, Juarez de Oliveira.
Na busca pelo aproveitamento da madeira proveniente da supressão da floresta em função da extração do minério no município de Pedra Branca, a prefeita Beth Pelaes e o prefeito de Serra do Navio, Elson Lobato, procuraram o Ministério Público (MP) do Estado do Amapá, intermediados pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB-AP, advogado Paulo Figueira. O MP pediu a submissão de projetos de utilização da madeira pelos dois municípios. Os projetos já se encontram sob a análise do órgão fiscalizador para manifestação sobre a retirada da madeira que se encontra sob a guarda da mineradora.
“A prefeita teve a coragem de ir ao MP e dizer que quer que seja assim. Estamos aqui porque nós acreditamos no que ela propôs pra o setor moveleiro. E o prefeito de Serra [do Navio] disse a mesma coisa na mesma audiência. A nossa proposta é a de priorizarmos os municípios de onde a madeira é originária e o restante atender a outros municípios. Dessa forma, democratizamos o uso dessa madeira.”, explicou o moveleiro.
Desde julho deste ano, o município de Pedra Branca está habilitado a licenciar atividades de impacto local, a qual incluem as movelarias. Na reunião, o Cadima orientou o setor a organizar uma associação que os represente. Uma comissão constituída no encontro ficará responsável pela organização dessa associação, que terá o apoio da Prefeitura e Semab, e deverá estar constituída até o final deste ano. Uma próxima reunião foi agendada para discutir o Estatuto e formalizar a associação.