A procura de documentos faz parte de operação baseada em delações de Joesley Batista e Ricardo Saud. Os executivos do grupo J&F relataram repasse de propina de quase R$ 110 milhões ao senador.
Policiais cumprem mandado em prédio do senador Aécio Neves, em Belo Horizonte
O advogado Alberto Zacharias Toron, que representa Aécio, afirmou que o senador sempre esteve à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários que mostrarão a absoluta correção de todos os seus atos. (Veja no fim da reportagem a nota na íntegra)
PF cumpre mandados de busca e apreensão contra Aécio Neves e irmã em MG
Nesta manhã, policiais federais chegaram por volta de 6h em dos imóveis do senador Aécio Neves, um prédio no bairro Anchieta, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Segundo vizinhos, os policiais chegaram em viaturas descaracterizadas e entraram no local. A corporação está também em um condomínio onde vive Andrea Neves, em Brumadinho, na Região Metropolitana da capital mineira.
Andréa é considerada operadora do senador nas investigações da Lava Jato. Ela foi presa pela PF em maio de 2017.
Outros alvos desta operação são Paulo Pereira da Silva, Paulinho da Força, deputado federal e presidente nacional do partido Solidariedade; a deputada federal Cristiane Brasil (PTB); e empresários que, afirmam promotores, emitiram notas fiscais frias para Aécio.
O advogado Ricardo Ferreira Melo, que defende Pacheco, foi contatado e o G1 aguarda um retorno. A reportagem está tentando contato com a defesa de Cristiane Brasil e ligou para o telefone do deputado Paulinho da Força por volta das 7h15. Ele atendeu, mas desligou.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), em foto de novembro de 2017 — Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado/Arquivo
Outro alvo desta operação é Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, presidente nacional do partido Solidariedade.
Segundo a PF, o senador Aécio Neves comprou apoio político do Solidariedade, por R$ 15 milhões e empresários paulistas ajudaram com doações de campanha e caixa 2, por meio de notas frias.
Esta operação faz parte do inquérito 4519, que tem como relator no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Marco Aurélio.
PF faz buscas em condomínio onde mora Andrea Neves, alvo de operação da PF
O inquérito apura crimes de corrupção supostamente cometidos pelo senador Aécio Neves, com base nas delações de Joesley Batista e Ricardo Saud. Os executivos do grupo J&F relataram repasse de propina de quase R$ 110 milhões ao senador Aécio Neves.
Alvos da operação
- Aécio Neves (PSDB), senador e deputado federal eleito;
- Agripino Maia (DEM), senador;
- Andréa Neves, irmã de Aécio;
- Antonio Anastasia (PSDB-MG), senador;
- Benito da Gama (PTB), deputado federal;
- Cristiane Brasil (PTB), deputada federal;
- Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, deputado federal e presidente nacional do partido Solidariedade.
Veja abaixo a nota do advogado de Aécio Neves:
“O Senador Aécio Neves sempre esteve à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários que mostrarão a absoluta correção de todos os seus atos. É preciso que se esclareça que os recursos referidos pelos delatores da JBS agora como propina são as contribuições eleitorais feitas à campanha do PSDB em 2014 e devidamente registradas na Justiça Eleitoral. Somam-se a esses valores contribuições legais feitas a outros partidos políticos. A medida é, portanto, desnecessária já que o Senador é o maior interessado no esclarecimento de todos os fatos.” – Alberto Zacharias Toron
Vizinhos relatam movimentação de policiais em prédio do senador Aécio Neves