Há quatro dias sem luz, 13 cidades enfrentam colapso no abastecimento. Energia pode demorar até 15 dias para ser religada em algumas regiões
Fome, sede, desabastecimento, desespero e incertezas marcam a vida de quem espera a água baixar e a energia voltar para saber a real dimensão dos estragos e como os problemas serão resolvidos. A capital e outras 12 cidades estão sem luz.
Vídeos cedidos ao Metrópoles mostram falta água potável, comida e até combustível na cidade. O refúgio foi o Aeroporto Internacional de Macapá Alberto Alcolumbre, um dos únicos pontos da cidade em que a luz ainda chega.
Bombas de postos de gasolina estão paralisadas, não há onde tomar banho, restaurantes estão desabastecidos e famílias inteiras se encontram na rua há quatro dias. O calor — a previsão do tempo indica que a cidade pode marcar 34°C nesta sexta-feira (6/11) — é um agravante dos problemas.
O estado está sendo abastecido apenas pela energia gerada por uma hidrelétrica local, que gera o equivalente a cerca de 10% do consumo da área afetada.
Colapso
Com o apagão, supermercados perderam carnes e outros alimentos que necessitam de refrigeração. Caixas eletrônicos estão deligados. No aeroporto, local onde geradores fazem o abastecimento, os equipamentos estão sem cédulas.
No comercio, o estoque de água mineral acabou. Nesta quinta-feira (5/11), só havia água com gás para vender. Postos de gasolina suspenderam as atividades.
O apagão foi resultado de um incêndio em uma subestação de energia na capital na noite de terça-feira (3/11). O gabinete de crise formado pelos governos municipal, estadual e federal estudam planos de recuperação do serviço.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o incêndio provocou um desligamento automático das linhas de transmissão no trecho Laranjal/Macapá, assim como das usinas hidrelétricas Coaracy Nunes e Ferreira Gomes.
A situação causou uma interrupção de 250 MW de carga, afetando o fornecimento de 13 dos 16 municípios. A situação não afeta apenas os municípios de Oiapoque, Laranjal do Jari e Vitória do Jari.
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A crise é tamanha que degringolou serviços públicos, transmissão de rádios — principal meio de comunicação na região—, e serviços básicos, como internet.
Novo Coronavírus
Uma das preocupações é o aumento da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, diante da aglomeração de pessoas em busca de eletricidade. O principal ponto da cidade é o aeroporto, onde centenas de pessoas se aglomeraram.
Metropóles