Grupo segue em direção aos Estados Unidos, o que provocou a fúria do presidente Trump. Do lado mexicano, centenas de policiais foram mobilizados.
Hondurenhos se reúnem na fronteira da Guatemala com o México nesta sexta-feira (19) — Foto: Johan Ordonez/AFP
Em abrigos e praças da localidade guatemalteca de Tecún Umán, próxima da fronteira com o México, migrantes hondurenhos que saíram em caravana de seu país se reagrupam nesta sexta-feira (19) para retomar a viagem aos Estados Unidos.
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Do lado mexicano, centenas de policiais foram mobilizados com equipamentos antidistúrbios.
Os hondurenhos chegaram em grupos à cidade de fronteira depois do início da caravana, no sábado (13), em San Pedro Sula, região norte de Honduras. As autoridades calculam que o número pode superar 3 mil migrantes.
Hondurenhos descansam na cidade de Tecún Umán, na Guatemala, nesta sexta-feira (19) — Foto: Johan Ordonez / AFP
A marcha migratória provocou a fúria do presidente americano, Donald Trump, que ameaçou os governos da Guatemala, El Salvador e Honduras com a interrupção da ajuda econômica se estes países não impedissem a caravana.
Também pediu na quarta-feira ao México que interrompa o avanço do grupo e alertou que, em caso contrário, fecharia com militares a fronteira sul dos Estados Unidos.
“Sei que falta muito para percorrer, mas me sinto bem por já estar na fronteira com o México”, disse à AFP uma jovem que se identificou apenas como Wendy, de 25 anos.
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Sobre os pedaços de uma caixa de papelão que virou uma campa improvisada, Wendy, seu marido e a filha de três anos esperam em um abrigo preparado por uma igreja evangélica a poucos metros da ponte internacional que liga a Guatemala ao México.
“Eu sei que estou arriscando a vida da minha filha, mas tomei esta decisão porque o que meu marido ganhava não era suficiente para viver”, explica Wendy, que atravessou a Guatemala após longas caminhadas, sob chuva e sol, e com a ajuda de caminhões em alguns trechos.
No parque de Tecún, os migrantes formam filas para receber alimentos de moradores que, de forma voluntária, organizaram movimentos de solidariedade com os hondurenhos.
Imigrantes hondurenhos integrantes de caravana que segue para os Estados Unidos descansam no chão da igreja em Tecún Umán, na fronteira com o México, na noite de quinta-feira (18) — Foto: Johan Ordonez / AFP
Pedido de apoio
O chanceler mexicano, Luis Videgaray, se reuniu com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e disse que recebeu seu apoio para que o Alto Comissariado das Nações para os Refugiados (ACNUR) ajude a processar os pedidos de refúgio dos integrantes da caravana.
Com uma taxa de homicídios de 43 a cada 100 mil habitantes, Honduras é considerado um dos países mais violentos do mundo, principalmente pela ação de gangues e do narcotráfico. Neste contexto, muitos emigrantes tentarão pedir refúgio.
Migrante hondurenho exibe cartaz com a mensagem ‘Donald Trump, não somos criminosos, somos trabalhadores que querem trabalhar’ — Foto: Johan Ordonez / AFP