Nessa terça-feira (27), foi realizada na Escola Municipal Vera Lúcia Pinon a segunda atividade do “Gabinete na Escola”, uma ação da Promotoria de Defesa da Educação do Ministério Público do Amapá (MP-AP), que visa conhecer de perto todas as dificuldades enfrentadas pela comunidade escolar e cobrar as devidas providências. Serão visitadas escolas estaduais e municipais, em sistema de rodízio, uma vez por semana.
Durante a roda de conversa, conduzida pelo promotor de Justiça Roberto Alvares, antes de iniciar a inspeção nas instalações da escola, os profissionais que atuam na unidade, direção, corpo técnico, pais de alunos e os representantes da comunidade puderam expor as principais demandas. Dentre elas, a acentuada preocupação com a segurança pública.
A escola é a maior do município, com dois mil alunos, e possui dois prédios alugados que funcionam como anexos. “Já fomosassaltados várias vezes. Esse é o nosso maior problema. Além, claro, da parte de infraestrutura”, disse o diretor Odirlei Isackon. A secretária municipal de educação, Sandra Casimiro, reconheceu a deficiência e garantiu que a unidade está contemplada no plano de obras “Fazendo Escola”.
“Além do monitoramento eletrônico que já existe, vamos colocar novamente o vigilante de forma presencial. É muito triste tudo isso. Não era pra ser assim. Nem deveria existir muro na escola, poderia ser tudo aberto, integrado com a comunidade, mas, infelizmente, a sociedade em que vivemos é outra”, manifestou.
Segundo o relato dos funcionários, o problema da segurança é ainda maior nos prédios anexos, sendo impossível, por exemplo, armazenar a merenda escolar. O alimento precisa ser feito no prédio principal e distribuído aos demais. O responsável pelo Policiamento Escolar, tenente Silvio Santos, reforçou a importância do registro da ocorrência para colaborar com a investigação.
O entorno da unidade está tomado por mato, o que facilita a ação de criminosos. Além disso, o acúmulo de lixo acaba se tornando uma ameaça para a saúde pública. Pais de alunos também reclamaram da falta de um profissional permanente na porta da escola fazendo o controle de entrada e saída, bem como reivindicaram a presença da Guarda Municipal em horários de maior fluxo para auxiliar no controle do tráfego.
Demais providências
Houve ainda a queixa sobre a falta de educadores e auxiliares; requisição para criação de um serviço de atendimento psicossocial aos professores e demais servidores da educação; necessidade de reparos na parte elétrica; manutenção do bebedouro (anexo I); limpeza da caixa d`água e ampliação na oferta de vagas, conforme o crescimento da demanda.
Após visitar toda a unidade, o grupo voltou a debater, dessa vez para dar os encaminhamentos necessários. De igual modo,houve o reconhecimento ao trabalho realizado por todos os profissionais que atuam na escola. “Gosto sempre de dizer que não existe protagonista aqui. Somos todos nós, juntos e irmanados em um só propósito: o de defender uma educação pública de qualidade para todos. É nosso dever lutar para que não tirem o futuro dessas crianças. Vi um corpo docente comprometido e vamos cobrar da gestão que as medidas anunciadas sejam cumpridas de imediato”, reforçou o promotor Roberto Alvares.
Para compartilhar a experiência e responsabilidade pela defesa da educação pública, a Promotoria convidou diversos órgãos. Na ação desta terça, estiveram presentes os representantes das seguintes instituições: Secretaria Municipal de Educação, Câmara de Vereadores de Macapá, Vigilância Sanitária e Ambiental, Conselho Tutelar Zona Norte, Polícia Militar (PM), por meio do Batalhão Ecolar, União dos Estudantes dos Cursos Secundários do Amapá (UECSA), Procuradoria-Geral do Município, Sindicatos dos Servidores da Educação (Sinsepeap), Conselho de Municipal de Alimentação Escolar e Guarda Municipal.