Você costuma dar uma pausa nas atividades durante o dia para tirar um cochilo? Ou tirar a famosa “sesta”, depois do almoço?
Se você tem essa mania, é bom ficar de olho na duração do descanso!
Segundo um estudo chinês, quando o sono durante o dia ultrapassa uma hora, aumenta em 34% o risco de a pessoa morrer. E as mulheres costumam ser as mais afetadas.
Os cientistas analisaram dados de 313.651 voluntários para chegar à conclusão. Desses, 39% costumavam descansar durante o dia. Ao avaliar a duração da sesta e as causas de morte, a equipe percebeu que esse cochilo pode interferir na longevidade. Entre as pessoas que cochilavam mais de 60 minutos, o hábito foi associado a um risco de 30% maior de morte por todas as causas. Se for considerar apenas morte por doenças cardiovasculares, o risco subiu para 34%.
E mais: a associação foi mais expressiva entre as mulheres. Elas tiveram um risco de morte aumentado em 22%, em comparação às que não dormiam durante o dia. Entre os idosos, a vulnerabilidade também chamou atenção com aumento de 17%. Os resultados foram apresentados nesta quarta-feira (26), no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia e colocam em xeque um hábito muito comum.
Em muitos países e principalmente no Norte do Brasil, a sesta é quase uma tradição. Seja como uma forma de recarregar as energias ou recuperar de uma noite maldormida. “Uma visão comum é que cochilar melhora o desempenho e neutraliza as consequências negativas dos débitos de sono. Nosso estudo desafia essas opiniões amplamente difundidas”, afirma, em comunicado, Zhe Pan, da Guangzhou Medical University, na China, e autor do estudo.
MAS CALMA!
Zhe Pan e seus colegas não estão querendo acabar com os cochilos durante o dia. A pesquisa apenas sinaliza que eles devem ser curtos. “Os resultados sugerem que cochilos mais curtos, especialmente aqueles com 30 a 45 minutos, podem melhorar a saúde cardíaca em pessoas que dormem insuficientemente a noite”, diz o cientista.
As explicações para o fato dos cochilos interferirem na saúde ainda não foram reveladas. De acordo com Zhe Pan, alguns estudos sugerem que sonecas mais longas estão relacionadas a níveis mais elevados de inflamação no corpo. Outras pesquisas relacionam o hábito à ocorrência de pressão alta e diabetes.
Tais complicações impactam diretamente no sistema cardiovascular e, consequentemente, na longevidade. Por isso, a melhor sesta é com moderação, indica o cientista. “Se você quiser fazer uma sesta, nosso estudo indica que é mais seguro mantê-la em menos de uma hora. Para aqueles que não têm o hábito de dormir durante o dia, não há evidências convincentes para começar”, diz Zhe Pan.
Autor: Com informações de Correio Braziliense