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Concessionária diz que normalizou fornecimento de energia em Macapá

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Concessionária diz que normalizou fornecimento de energia em Macapá

deixou mais de 34 mil casas sem luz

 Por Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil – São Luís

A CEA Equatorial, concessionária de energia que atende Amapá, informou hoje (27) que normalizou no final da manhã o fornecimento de energia na capital, Macapá. Um incêndio em uma subestação de energia, na madrugada de sexta-feira (26) deixou mais de 34 mil casas sem luz. Ainda na manhã deste sábado cerca de 14 mil unidades consumidoras permaneciam sem energia.

“A CEA Equatorial informa que concluiu às 11h06 deste sabádo, 27, os trabalhos de interligação da Subestação Móvel à Subestação Equatorial, restabelecendo integralmente o fornecimento de energia aos bairros da Zona Sul de Macapá, disse a empresa em uma rede social.

O incêndio na Subestação Equatorial que atende a zona sul de Macapá, impactou 34.789 unidades consumidoras. Ainda na madrugada, a CEA Equatorial disse que havia normalizado o serviço para cerca de 12 mil unidades consumidoras.

Algumas horas depois, a concessionária informou que 14 mil casa ainda estavam sem luz e que os trabalhos se concentraram na normalização do serviço para os clientes dos bairros Congós, Novo Buritizal, Zerão, Universidade, Jardim Marco Zero, Pedrinhas, Araxá e Beirol, que ainda permaneciam sem energia. “Desde o início da ocorrência na Subestação Equatorial, a distribuidora atuou em diversas frentes: nas manobras de transferências de carga, que normalizou o fornecimento para 20 mil clientes ainda na manhã de sexta-feira, 26, na recuperação de um dos transformadores”, disse a CEA Equatorial.

A empresa informou que foram mobilizados mais de 100 trabalhadores divididos em 16 equipes no atendimento da ocorrência. Também foi feito o deslocamento da Subestação Móvel que, estava em operação no município de Santana, para o local na noite desta sexta.

A empresa disse ainda lamentar os transtornos causados aos clientes impactados e que não mediu esforços para normalizar o fornecimento de energia. “A CEA continuará monitorando o fornecimento após a operação e já está atuando no plano de recuperação da estrutura da Subestação Equatorial”, disse a empresa.

Edição: Sabrina Craide

Polícia Federal destrói ponte de acesso à terra indígena no Pará

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Ponte era usada por invasores da TI Apyterewa, em São Félix do Xingu

Por Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil – São Luís

A Polícia Federal (PF) destruiu uma ponte clandestina usada por invasores da Terra Indígena (TI) de Apyterewa, no município de São Félix do Xingu, no Pará. A ação, realizada em conjunto com a Força Nacional e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), faz parte da operação de Desintrusão das Terras Indígenas Apyterewa e Trincheira Bacajá foi para evitar a volta de exploradores ilegais, que atuavam no garimpo, desmatamento e criação de gado no local.

Segundo ao PF, explosivistas da polícia detonaram a ponte em duas etapas: uma explosão na quinta-feira (25) e outra nesta sexta-feira (26).

“A estrutura tinha 61 metros de comprimento e 4,6 metros de largura, sustentada por oito pilares de concreto. A ponte, na região do Paredão, é conhecida como Bucha do Natanael e servia como principal acesso à Terra Indígena”, informou a PF.

De acordo com o Centro de Monitoramento Remoto da Funai, a região da TI Apyterewa foi a área de floresta amazônica mais desmatada entre os anos de 2019 e 2022. As disputas territoriais remontam à década de 1980, quando os primeiros invasores da terra indígena se instalaram na região.

Em 2023, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou a retirada dos invasores e das criações de gados, inutilização das estruturas de fazenda e destruição das pistas de pouso.

“O povo Parakanã, que ocupa 22 aldeias pela Terra Indígena, convivia com o barulho das serras, com rejeitos de mineração no Rio Xingu e com circulação de caminhões transportando toras de madeira, além da exploração de gado, tudo feito de maneira ilegal”, disse a PF.

Em março, Barroso determinou que o governo federal regulamente o poder de polícia a servidores da Fundação dos Povos Indígenas (Funai). A decisão foi assinada, com data do dia 5, e deverá ser cumprida em até 180 dias.

A ordem foi tomada no âmbito de uma ação que tramita no Supremo desde 2021 e que trata do plano de desintrusão de terras indígenas. Barroso acompanha as operações de retirada de garimpeiros e de proteção aos indígenas.

A regulamentação deverá definir quais servidores poderão usar armas e quais irão atuar como fiscais de infrações.

Edição: Maria Claudia

Governador Clécio Luís prorroga isenção do ICMS e amplia benefícios fiscais para taxistas do Amapá

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A partir de agora, a categoria também terá isenção de impostos sobre veículos utilitários para fazer tanto o transporte de passageiros quanto de cargas.
Por: Kelison Neves

Nesta quinta-feira, 25, o governador do Amapá, Clécio Luís, assinou decreto que prorroga e amplia a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para veículos novos adquiridos por taxistas de todo o estado, sendo mais um compromisso do Plano de Governo garantido em menos de 1 ano e meio de gestão.

Além de prorrogar até o dia 30 de abril de 2026, a isenção fiscal do ICMS foi estendida para veículos utilitários como picapes, que possuem carroceria e podem transportar cargas como geladeira, sofás, fogões e outros itens.

“Esse é um decreto que se estende por todo o estado. Onde tem taxista vai ter um profissional atendido por essa determinação, que busca renovar a frota para gerar mais renda. Além disso, a pedido dos taxistas de Santana, estamos também autorizando aos municípios o licenciamento dos veículos com carroceria, o que abre uma nova frente de serviço para pequenas mudanças e se consolida como um avanço e inovação em todo o Amapá”, destacou Clécio Luís.

A Prefeitura de Santana homologou o decreto que permite que taxistas também possam transportar cargas, além de fazer o transporte de passageiros. “Agradecemos a sensibilidade do governador Clécio em entender que a parceria não é só com a prefeitura, mas também com os trabalhadores e a população em geral. Somos uma cidade portuária, que agora tem o serviço das picapes táxis e vai impulsionar o empreendedorismo santanense”, pontuou o prefeito de Santana, Bala Rocha.

Inovação

A proposta garante segurança jurídica e oxigenação do setor. A nova possibilidade aos taxistas permite novas frentes de trabalho, com o transporte de cargas leves. Para o presidente do Sindicato dos Taxistas de Santana, Francisco Rodrigo Sousa, que foi um dos idealizadores do projeto de regulamentação da atividade, a isenção é um estímulo muito grande para toda classe.

“As medidas anunciadas pelo Governo e Prefeitura vão fortalecer a nossa categoria, que, a partir de agora, poderá realizar fretes, um serviço que nos proporcionará uma nova renda e que também irá beneficiar a população santanense, que ganha um serviço de frete seguro e legalizado”, ressaltou o taxista.

Governo do Amapá monitora possibilidade de cheias do Rio Araguari nos municípios de Ferreira Gomes e Porto Grande

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Equipes do Estado estão na região com atendimentos emergenciais de assistência para as famílias.
Por: Da Redação

O Governo do Amapá está monitorando o aumento do nível do Rio Araguari, influenciado pelas intensas chuvas na região de Porto Grande e Ferreira Gomes. Nesta sexta-feira, 26, foi realizada reunião de monitoramento, através do Comitê de Respostas Rápidas, e encaminhadas equipes de segurança e assistência às áreas afetadas para atendimento da população.

Desde a quinta-feira, 25, as ações acompanham cerca de 20 famílias ribeirinhas que residem no alto Araguari, no município de Porto Grande, que já haviam sido afetadas. A vazão do rio segue sendo monitorada a cada duas horas pelas hidrelétricas.

Foram alinhados reforços no trabalho preventivo para proteger os moradores com equipes da Defesa Civil Estadual, Vigilância em Saúde e Assistência Social que se deslocam até as localidades afetadas pelo aumento do volume de água com a entrega de água potável, kits de alimentos e dormitório, além de medicações.

“Essa é uma primeira resposta aos municípios, iniciada pelo governador Clécio Luís, para alinhar com as prefeituras os trabalhos necessários nas regiões. Nos colocamos à disposição para esse apoio logístico com várias frentes se for necessário”, declarou o coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel Alexandre Veríssimo.

Monitoramento

Os trabalhos fazem parte das medidas de prevenção e proteção, envolvendo equipes de sobreaviso para atuar nos casos de alagamento com fortes chuvas ou aumento do nível dos rios. O Comitê de Respostas Rápidas atua para garantir respostas imediatas para população que sofre com as crises naturais, sanitárias e de saúde.

Clima no Amapá: confira a previsão do tempo para este final de semana

Alerta sobre os rios 

O Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) divulgou a previsão do tempo para o fim de semana e reforça as projeções de acumulados diários significativos de chuva nos municípios de Porto Grande, Ferreira Gomes, Macapá, Santana, Mazagão e arquipélago do Bailique.

As estações hidrológicas alertam para o nível dos rios Oiapoque, Amapari, Jari e Araguari devido às chuvas da última semana localizadas nas bacias das correntes, onde captam o volume de água e destinam para os rios que banham os municípios de Porto Grande, Ferreira Gomes, Serra do Navio, Pedra Branca e Cutias.

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou um novo painel para consulta de preços de medicamentos comercializados no Brasil.

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CONSUMIDOR | A ideia é que a população tenha mais facilidade para consultar os valores máximos autorizados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
Em nota, a Anvisa ressaltou que farmácias e drogarias não podem cobrar acima do preço permitido pela CMED, assim como laboratórios, distribuidores e importadores.
No novo painel, além da lista de preços máximos permitidos, os consumidores poderão fazer consultas mais específicas, conforme o produto desejado, utilizando o nome do medicamento, o princípio ativo ou o número de registro.
Confira detalhes no site da Agência Brasil.
? Marcello Casal/Agência Brasil

A rede social X informou nesta sexta-feira (26) ao Supremo Tribunal Federal que perfis bloqueados por determinação do ministro Alexandre de Moraes tentam burlar as ordens de bloqueio e as regras da plataforma.

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USUÁRIOS INVESTIGADOS |
O alerta consta em uma manifestação enviada ao Supremo pelo escritório de advocacia que representa o X no Brasil após Alexandre de Moraes pedir esclarecimentos sobre o relatório no qual a Polícia Federal (PF) indicou que usuários investigados continuam realizando transmissões ao vivo e interações com usuários brasileiros na rede social.
Segundo a plataforma, os usuários burlam as medidas de bloqueio e de segurança da plataforma.
“Estes indivíduos, após terem suas contas bloqueadas, adotaram diferentes estratégias para desafiar a ordem de bloqueio e, também, as regras das plataformas, por meio da criação de novas contas e da exploração de vulnerabilidades sistêmicas para perpetuar as suas atividades”, disse o X.
A rede social também afirmou que acessos a contas de outros investigados ocorreram por falhas temporárias e não representam descumprimento de ordens do Supremo.

Prefeitura de Santana prepara show especial para celebrar Dia do Trabalhador e Dia Nacional da Mulher

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A Prefeitura de Santana está organizando um grande show nacional para comemorar o Dia do Trabalhador e o Dia Nacional da Mulher. O destaque da noite será a renomada cantora Joelma, que promete agitar o público com seus sucessos contagiantes.
O evento também contará com a participação dos DJs Felipe Almeida e Pepê, que vão animar a festa com suas seleções musicais ecléticas. E para completar a festa, a sensação do momento no Brasil, Letícia Auolly, também subirá ao palco, trazendo seu talento e carisma para encantar a plateia.
O show está marcado para o dia 30 de abril, a partir das 21 horas, na principal via da cidade, a Avenida Santana. Será uma noite de muita música, diversão e homenagens.
A programação também incluirá uma emocionante homenagem ao artista santanense Rafael Martel Machado, que faleceu no dia 20 de abril. Rafael, que tinha apenas 31 anos, era dançarino e mister caipira da quadrilha junina Xodó Junino. Sua partida deixou uma grande lacuna na comunidade artística local, e a Prefeitura Municipal fará questão de homenagear seu talento e contribuição para a cultura da cidade.
Não perca essa oportunidade de prestigiar um show incrível e celebrar duas importantes datas em grande estilo. A entrada é gratuita, então convide seus amigos e familiares e venha se divertir conosco nesta noite especial. Contamos com a sua presença!
Assessoria de comunicação
Prefeitura Municipal de Santana

Governo do Amapá promove 61 PMs e homenageia civis e militares, fortalecendo a política de segurança pública no estado

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Governador Clécio Luís comandou a cerimônia nesta quinta-feira, 25, na sede do Comando Geral da Polícia Militar, em Macapá.
Por: Fabiana Figueiredo

Fortalecendo a política de valorização dos agentes da Segurança Pública do Amapá, o governador Clécio Luís realizou nesta quinta-feira, 25, a promoção de 61 oficiais e praças da Polícia Militar (PM). A ascensão na carreira militar foi o ponto alto da cerimônia, que também concedeu medalhas para civis e militares e encerrou o curso de Ações Táticas Especiais da PM.

“Nós vivemos de simbolismos, de dar valor ao que é importante e a Polícia Militar cultua muitos valores, como a ética, a determinação, o propósito. Esta cerimônia simboliza a valorização e o reconhecimento do papel destas pessoas que nos ajudam a defender a sociedade. É muito importante testemunhar momentos como este, que estamos restituindo na Polícia Militar”, destacou o governador.

O reconhecimento dos profissionais, que ocorreu no quartel do Comando Geral da PM, marca uma nova fase na carreira, pois o policial assume novas atribuições e cargos mais elevados dentro da corporação, garantindo a qualidade e eficiência dos policiais.

A promoção dos militares, que não era realizada desde a pandemia de Covid-19 e voltou a ser retomada pelo governador Clécio Luís em 2023, significa a valorização dos servidores públicos e integra o Plano de Governo da gestão.

As datas de promoções da PM serão efetuadas anualmente, por antiguidade ou merecimento, nos dias 21 de abril, 25 de agosto e 25 de dezembro, para as vagas abertas em diferentes situações.

“Este é um momento de profundo significado, onde celebramos as conquistas. A promoção é o testemunho do espírito de serviço e sacrifício que define a nossa instituição. É importante destacar que essas promoções são também um reflexo da nossa eficiência administrativa, fortalecendo nosso compromisso com a segurança e o bem-estar da nossa sociedade. Servir com honra, coragem e dedicação”, pontuou o comandante-geral da PM, coronel Adilton Correa.

Valorização

Durante a solenidade a Polícia Militar entregou para civis e militares, medalhas e certificados do Mérito Comunitário e do Mérito da Comunicação, “Jornalista Jacinta Carvalho”, para 12 homenageados, pelos reconhecimentos de gratidão pelos relevantes serviços prestados à instituição e à sociedade civil.

Formatura

A solenidade contou ainda com a conclusão do 6º Curso de Ações Táticas Especiais (Cate), organizado pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM. Foram aprovados na formação, que durou dois meses, 7 policiais, sendo 6 militares e um civil. Foi realizada também uma simulação de situação de gerenciamento de crise, em que um homem fez de refém a esposa, vítima de violência doméstica, onde as técnicas da capacitação foram empregadas.

 Foto: Vinícius Rodrigues/Divulgação, Max Renê e Jorge Júnior/GEA 

Boletim InfoGripe diz que VSR supera covid-19 em mortes de crianças

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Dados são da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

 Por Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

A crescente circulação do vírus sincicial respiratório (VSR) gerou aumento expressivo da incidência e mortalidade de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças de até dois anos de idade, ultrapassando as mortes associadas à covid-19 nessa faixa etária nas últimas oito semanas epidemiológicas.

O VSR responde por 57,8% do total de casos recentes de SRAG com identificação de vírus respiratório. Outros vírus respiratórios que merecem destaque nas crianças pequenas são o rinovírus e o Sars-Cov-2.

Os dados foram divulgados no Boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, nessa quinta-feira (25).

Entre a totalidade de óbitos, o crescimento da influenza A faz com que o percentual associado a esse vírus comece a se aproximar do observado para a covid-19 nas últimas quatro semanas. Apesar disso, a covid-19 ainda tem amplo predomínio na mortalidade de idosos, que também é a faixa etária que mais se destaca em relação a mortes por SRAG.

Prevalência

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de influenza A (23%), influenza B (0,4%), vírus sincicial respiratório (57,8%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (10,7%).

Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de influenza A (32%), influenza B (0,3%), vírus sincicial respiratório (10,8%), e Sars-CoV-2/Covid-19 (53,9%).

Pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes destaca a importância da vacinação, que está com campanha para influenza A, o vírus da gripe, e do uso de máscaras adequadas (N95, KN95, PFF2) a qualquer pessoa que for a uma unidade de saúde e a quem estiver com sintomas de infecção respiratória.

“A atualização do Infogripe continua apontando para o aumento no número de novas internações por infecções respiratórias em praticamente todo o país. E isso se dá, nesse momento, fundamentalmente por conta do vírus VSR, que interna especialmente crianças pequenas. E, além disso, o próprio vírus da gripe, o vírus influenza A, a gente vê aí também em clara ascensão em todo o país”, disse o pesquisador.

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Edição: Kleber Sampaio

Amazônia: garimpo cresceu 361% em terras indígenas de 2016 a 2022

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Estudo foi feito pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia

 Por Fabíola Sinimbu – Repórter da Agência Brasil – Brasília

Cerca de 241 mil hectares – uma área equivalente a duas vezes a cidade de Belém, capital do Pará – é o tamanho das ocupações feitas por garimpos na Amazônia brasileira. Desse total, 25 mil hectares são áreas de 17 terras indígenas (TIs). Os dados foram revelados nesta sexta-feira (26) por um estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

A pesquisa analisou a atividade mineradora na região ao longo de 37 anos, entre 1985 e 2022. O maior impacto observado ocorreu de 2016 e 2022, exatamente nas terras indígenas onde o garimpo cresceu 361%.  A maior parte das atividades mineradoras, que afeta os povos originários da Amazônia (78%), começou neste período.

Em seis anos, enquanto o garimpo avançou 12 vezes em extensão da Amazônia, quando são consideradas apenas as TIs as áreas invadidas cresceram 16 vezes, resultado que surpreendeu uma das pesquisadoras da equipe, Martha Fellows Dourado. “Em algumas terras indígenas o aumento foi muito expressivo. Por exemplo, a TI Kayapó teve um aumento de 1.339% nesse curto período. A gente já trabalhava com a hipótese de crescimento do garimpo nessas áreas, mas não imaginava que iria ser tão agressivo”, explica.

O impacto vai além, quando a análise é feita nos rios que atravessam as reservas, e são afetados pela atividade garimpeira. De acordo com os pesquisadores, outras 122 TIs foram alcançadas pelas águas dos rios onde o garimpo utiliza substâncias como o mercúrio, usado para separar o ouro de outros sedimentos, somando 139 povos originários, que sentem as consequências de rios assoreados por excesso de sedimentos, da morte de animais e da contaminação da água e da vegetação.

Para entender melhor o raio de impacto do garimpo nas águas, Martha explica que a equipe se debruçou sobre outros trabalhos que revelam a dimensão do problema.

“O garimpo tem impacto direto na saúde indígena, bem documentado em trabalho da Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz], que mostra a contaminação pelo consumo de proteína dos peixes, pela água para consumo e preparo dos alimentos. Mas além disso, outros estudos apontam que a água também contamina a vegetação, que incorpora esse mercúrio e, com a incidência do fogo em períodos mais secos, o mercúrio vai para o ar e dependendo das correntes chega a áreas mais distantes ainda.”

Metodologia

O estudo desenvolvido pela equipe de nove pesquisadores foi realizado a partir de dados da MapBiomas, baseados no mapeamento das cicatrizes deixadas pelos garimpos nas imagens do satélite do período entre 1985 e 2022. As áreas afetadas foram convertidas em pontos a partir do centro de cada mancha de garimpo e combinados com com os limites das terras indígenas a partir de dados da Funai, com atualização, em 2021, para determinar o número de garimpos dentro e fora das TIs na Amazônia.

Já o impacto dos garimpos nos recursos hídricos foi analisado a partir do mapeamento sistematizado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que aponta o fluxo hidrológico, conexões e sentido dos rios e também sobrepostos às áreas de garimpo identificadas dentro e fora das Tis.

Contraponto

O estudo aponta ainda algumas possíveis direções para reversão do fenômeno observado, que, segundo a nota técnica do estudo, é um contraponto à conservação das reservas indígenas, historicamente menos afetadas por desmatamento e fogo. Um dos possíveis caminhos é a revisão de leis como a Lei da Boa-fé (12.844/2013) e o Estatuto do Garimpeiro (11.685/2008), que, dentre outras facilidades às atividades ilegais, dispensa a licença prévia para o exercício da atividade.

Na análise da equipe do Ipam, essa estrutura legal somada às flexibilizações ocorridas na legislação, durante o período de maior impacto, favoreceram o avanço do garimpo em um curto período com impactos significativos em povos que já vivem problemas graves decorrentes da atividade ilegal, como os das terras indígenas Kayapó, Muduruku e Yanomamis mais afetadas.

Martha diz que essa flexibilização da legislação minerária faz parecer que a ilegalidade na atuação do garimpo é permitida e que não haverá punição. “Esse tipo de recado é muito problemático, porque as pessoas que moram na Amazônia e muitas vezes não têm muita oportunidade de emprego e, naquele lugar a atividade minerária é forte, elas acabam entrando facilmente na ilegalidade.”

Mais do que rever a legislação minerária, o estudo sugere ainda o fortalecimento da legislação indigenista, com a desintrusão das Tis e também com a demarcação dos territórios sem destinação legal. “A gente ainda tem muitos territórios não reconhecidos pelo Estado brasileiro que estão mais suscetíveis a mais invasões, quando você não tem a proteção integral dessas áreas” conclui a pesquisadora.

Edição: Maria Claudia