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Copom reduz juros básicos da economia para 10,5% ao ano

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Queda de 0,25 ponto era esperada pelo mercado financeiro

Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil – Brasília

A alta recente do dólar e o aumento das incertezas fizeram o Banco Central (BC) diminuir o ritmo do corte de juros. Por 5 votos a 4, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,25 ponto percentual, para 10,5% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros .

Essa foi a sétima vez consecutiva que o Copom reduziu a Selic. No entanto, a velocidade dos cortes diminuiu. De agosto do ano passado até março deste ano, o Copom tinha reduzido os juros básicos em 0,5 ponto percentual a cada reunião.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, desempatou a decisão ao votar por um corte de 0,25 ponto. Além de Campos Neto, votaram por essa redução os seguintes diretores Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes, indicados pelo governo anterior. Votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual os seguintes membros: Ailton de Aquino Santos, Gabriel Muricca Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira, indicados pelo atual governo.

Em comunicado, o Copom informou que o cenário internacional se agravou e que a inflação subjacente, que elimina preços mais voláteis, está acima da meta de inflação. Além disso, o comunicado defendeu que o arcabouço fiscal aprovado no ano passado tenha credibilidade. Ao contrário das últimas reduções, o Banco Central não deu nenhuma indicação sobre o que fará nos próximos encontros.

“O comitê acompanhou com atenção os desenvolvimentos recentes da política fiscal e seus impactos sobre a política monetária. O comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, destacou o texto.

A taxa está no menor nível desde fevereiro de 2022, quando estava em 9,75% ao ano. De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas, quando começou a ser reduzida.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic estava em 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Inflação

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em março, o indicador ficou em 0,16% e acumula 3,93% em 12 meses. Após um repique em fevereiro, a inflação desacelerou em março, por causa de alimentos, bebidas e transporte.

O índice em 12 meses está exatamente no teto da meta de inflação. Para 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não podia superar 4,5% nem ficar abaixo de 1,5% neste ano.

No Relatório de Inflação divulgado no fim de março pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a estimativa de que o IPCA fecharia 2024 em 3,5% no cenário base. A projeção, no entanto, pode ser revista na nova versão do relatório, que será divulgada no fim de junho.

As previsões do mercado estão mais otimistas que as oficiais. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,73%, abaixo portanto do teto da meta. Há um mês, as estimativas do mercado estavam em 3,76%.

Crédito mais barato

A redução da taxa Selic ajuda a estimular a economia. Isso porque juros mais baixos barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais baixas dificultam o controle da inflação. No último Relatório de Inflação, o Banco Central aumentou para 1,9% a projeção de crescimento para a economia em 2024.

O mercado projeta crescimento um pouco melhor. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 2,05% do PIB em 2024.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

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infografia_selic – ArteDJOR

Edição: Aline Leal

Novo Amapá Jovem: confira resultado preliminar, lista de espera e inabilitados do programa

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Foram considerados os critérios definidos nos editais, como a juventude de baixa renda e vulnerabilidade social.
Por: Cristiane Nascimento

O Governo do Amapá divulgou o resultado preliminar do processo de seleção para o novo Amapá Jovem. A avaliação considerou os critérios estabelecidos nos editais que ofertaram vagas para seis modalidades do programa que passou por reformulação, ampliando as oportunidades para jovens do estado. As listas de espera e de inabilitados também foram divulgadas no site da Secretaria de Estado de Políticas para Juventude (Sejuv).

CONFIRA LISTA DOS PRÉ-SELECIONADOS

CONFIRA A LISTA DE ESPERA

CONFIRA A LISTA DE DESCLASSIFICADOS

Os critérios para a inserção no programa foram planejados de acordo com as especificidades de cada um dos seis eixos (Escola, Universitário, Campo, Estagiário, Cidadão e Protagonista) que buscam contemplar de forma ampla a população jovem em vulnerabilidade socioeconômica e pessoal.

O novo Amapá Jovem oferta bolsas com valores que variam de R$ 250 a R$ 1,4 mil, a depender da categoria de inserção do beneficiário. A Sejuv é quem coordena o programa que vai atender 6 mil jovens.

“Nós tivemos uma procura muito grande e buscamos seguir, criteriosamente, o que foi contido nos três editais que nós disponibilizamos, para que tivéssemos um processo justo. Elaboramos cuidadosamente os editais para que o preenchimento das vagas fosse feito com responsabilidade”, enfatizou a secretária da Juventude, Priscila Magno.

Critérios

Um dos principais critérios de análise para ingresso no benefício é a avaliação da renda, pois o programa é voltado, essencialmente, para jovens em situação de vulnerabilidade social. As informações precisam ser comprovadas, conforme determina o edital.

Outro critério estabelecido é a reserva de 5% das vagas para candidatos com deficiência, autodeclarados LGBTQIAP+, indígenas, quilombolas, pardos e negros. Outros itens de definição das especificidades para concorrer às vagas são apresentados e detalhados nos editais.

Novo Amapá Jovem

O programa tem o objetivo de promover a inclusão social e econômica de jovens vulneráveis, entre 15 e 29 anos, no estado do Amapá. A estratégia envolve o acesso à educação, capacitação profissional e oportunidades no mercado de trabalho, buscando reduzir o desemprego, favorecer a reintegração social e fortalecer o bem-estar mental dos participantes.

O Governo do Estado lançou o novo Amapá Jovem totalmente reformulado para ampliar, capacitar e potencializar os atendimentos à juventude. A reformulação é uma proposta do Plano de Governo, que estabeleceu eixos de seleção para garantir o protagonismo da juventude amapaense.

 

 Foto: Arquivo/GEA

Procon-AP fiscaliza pontos comerciais em Macapá e Santana na operação ‘Dia das Mães’

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Até o momento 14 lojas, salões de beleza e restaurantes já foram vistoriados. A ação segue até sexta-feira, 10.
Por: Jamylle Nogueira

Para garantir a prestação de serviço de qualidade e orientar os estabelecimentos comerciais sobre as normas de proteção dos compradores, o Instituto de Defesa do Consumidor do Amapá (Procon-AP), deflagrou a operação “Dia das Mães” em Macapá e Santana. A ação segue até sexta-feira, 10.

A ação já inspecionou 14 empreendimentos, entre lojas, salões de beleza e restaurantes. A equipe de fiscalização está verificando a maneira correta de fixação dos preços dos produtos, informações obrigatórias que devem constar nas embalagens e formas de pagamento. Até o momento nenhuma infração foi detectada. As ações que o Procon realiza frequentemente são intensificadas em datas comemorativas, ocasião em que aumenta o movimento no mercado.

De acordo com a chefe de fiscalização, Lana Cristina, a operação reforça o compromisso do órgão em proteger os direitos dos consumidores por meio de um trabalho prévio de orientação que vem sendo realizado nas empresas. A intenção é que não sejam encontradas infrações ou descumprimentos da legislação.

“Ressaltamos que as empresas que estão sendo fiscalizadas já foram orientadas. Caso seja constatada irregularidade é lavrado auto de infração em desfavor do estabelecimento, que terá 20 dias úteis para apresentar defesa. Encerrando o prazo para defesa, o processo é encaminhado para análise e parecer jurídico e subsequente aplicação da multa” , explica a chefe de fiscalização.

Durante a semana, os agentes do Procon seguem se direcionando às empresas que comercializam produtos e serviços para constatar a regularidade com base na legislação, como:

  • Disposição do Código de Defesa do Consumidor em local visível e de fácil acesso ao consumidor (Lei n. 12.291/10);
  • A informação dos preços e formas de pagamento deve ser correta, clara e legível;
  • A oferta e a apresentação dos produtos e serviços devem ser precisas e ostensivas, sobre o preço, garantia, prazos de validade, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores (art. 31, CDC);
  • Fornecimento de Nota Fiscal ao Consumidor (Lei 8.137/90);
  • Especificações nos produtos importados sobre prazo de validade, lote, data de fabricação, caracteres rasurados, borrados ou apagados ou tamanhos diferentes de fontes (Lei Federal n.º 10.962 e Decreto Federal nº 5.903/2006);
  • Ofertar descontos informando, em local e formato visíveis ao consumidor, o preço à vista e as condições da oferta;
  • Adequada veiculação da publicidade dos produtos e serviços (Art. 36 e 37, CDC);
  • Prazo de validade, troca e devolução de produtos, também devem ser informados ao consumidor.

Serviço

O Procon-AP está localizado na Avenida Henrique Galúcio, 1155-B, bairro Central. Para denúncias ou orientações aos consumidores, basta ligar para o número 151.

 

 Foto: Arquivo PROCON

CCJ do Senado aprova aumento de cotas raciais para concurso público

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Projeto de lei segue para a Câmara, se não houver recurso

Por Lucas Pordeus León – Repórter da Agência Brasil – Brasília

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (8), por 17 votos favoráveis contra oito, o turno suplementar do Projeto de Lei 1.958, de 2021, que prorroga por mais 10 anos a política de cotas raciais para concursos públicos e processos seletivos para a administração pública federal, direta e indireta, incluindo fundações privadas e autarquias.

Como o projeto tramita em caráter terminativo, segue direto para análise da Câmara dos Deputados, sem precisar da aprovação do plenário do Senado. O tema terá que passar pelo plenário apenas se nove senadores apresentarem um recurso contra a matéria em até cinco dias úteis.

O projeto aprovado aumenta dos atuais 20% para 30% o total das vagas reservadas para cotas raciais, incluindo ainda os grupos dos indígenas e quilombolas. Atualmente, as cotas raciais para concursos alcançam apenas a população negra, que inclui pretos e pardos. A lei de cotas para concursos, de 2014, vence no dia 9 de junho.

O relator do projeto, senador Humberto Costa (PT-PE), rejeitou as quatro emendas apresentadas pelos senadores Sérgio Moro (União-PR), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Plínio Valério (PSDB-AM) e Rogério Marinho (PL-RN), que se manifestaram contra o projeto.

Para Costa, as emendas prejudicam a política de cotas raciais conforme previsto no projeto de lei. A CCJ ainda rejeitou todos os destaques apresentados pelos senadores contrários à matéria, mantendo o texto do relator Humberto Costa.

Pretos e pardos

A única alteração aceita pelo relator foi uma mudança de redação para trocar a palavra “negro” por “preto e pardo” após manifestação do senador Plínio Valério, que defendeu que pardo não seria o mesmo que negro. “E, quando ele for atrás da bolsa e disser que é negro, ele vai ser vítima de discriminação e acusado de fraudador, porque ele não é negro”, argumentou.

Humberto Costa explicou que a legislação prevê que negros são todas as pessoas que se declaram pretas ou pardos, conforme definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

“As pessoas que estão chateadas com essa possibilidade de serem consideradas negras, são negras”, disse o relator, acrescentando que a discussão se trata de “uma concepção preconceituosa”.

“Mas vamos fazer, porque o que interessa hoje é que a gente aprove essa definição”, concluiu, aceitando a mudança de redação.

Oposição

Parte dos senadores se opôs à matéria, principalmente sob o argumento de que as cotas deveriam ser apenas sociais, baseadas no nível de renda, e não com base na raça.

“Essa discussão de etnia eu acho que ela vai pelo lado errado, porque todos nós somos frutos da miscigenação. A discussão, na minha opinião, tinha que ser socioeconômica”, defendeu o senador Carlos Portinho (PL-RJ).

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) argumentou, por sua vez, que a população negra sofre preconceitos e discriminações que a população não negra não sofre, o que justificaria a política pública de cotas raciais.

“[É cômodo] porque você não é julgado pela sua cor da pele. Porque ninguém atravessa a rua quando um homem branco atravessa a rua, mas seja um homem preto para você ver que, diuturnamente, as pessoas atravessam a rua para sequer cruzar com o homem negro. Essa é a realidade desse país desigual”, afirmou.

Edição: Fernando Fraga

Defensores públicos lançam campanha pela população em situação de rua

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Dados do Ipea revelam que grupo reúne mais de 280 mil pessoas no país

Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil – São Paulo

A Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep) e a Associação Paulista de Defensoras e Defensores Públicos (Apadep) lançam, nesta quinta-feira (9), em São Paulo, a campanha nacional Um Novo Presente É Possível: Defensoria Pública pela Superação da Situação de Rua.

O objetivo é mostrar que a Defensoria Pública é a referência para o acesso à Justiça e garantia de cidadania às pessoas em situação de rua. Os atendimentos feitos pela defensoria abrangem as áreas cível, de família, infância e criminal, com demandas como a necessidade de acesso à moradia, acesso à documentação pessoal, inscrição em programas sociais e pedidos de acolhimento em abrigos.

Com base em dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as entidades de defensoria pública informam que há cerca de 281 mil pessoas em situação de rua no Brasil. “O grupo está exposto a violências, tem dificuldade de acessar seus direitos mais básicos e é alvo constante de preconceito e discriminação por parte da sociedade”, diz nota divulgada pelas associações.

No lançamento da campanha, na sede da Ação Social Franciscana, conhecida como Chá do Padre, no centro da cidade, a Defensoria Pública de São Paulo fará um mutirão das 17h às 20h, para atendimento, orientação e assistência jurídica às pessoas em situação de rua. A partir das 14h, haverá palestras e apresentações culturais no local.

Casos como conflitos de família, análise de processos criminais, acesso a políticas públicas de assistência social e moradia, denúncias de violação de direitos e outras dúvidas serão atendidos no local por defensores, mediante distribuição de senhas limitadas.

A coordenadora do Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública de São Paulo, Fernanda Penteado Balera, afirma que a medida inicial para pensar a superação desse quadro é necessariamente a oferta de moradia a essas pessoas. Em nota, ela ressaltou que, é preciso, porém, que a oferta da moradia venha acompanhada dos demais serviços e políticas públicas, especialmente assistência social, trabalho e saúde.

Segundo a presidente da Anadep, Rivana Ricarte, o olhar dos defensores públicos é estratégico na questão da garantia de direitos da população em situação de rua, que tem tido atenção do Supremo Tribunal Federal, por meio da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 976. “Queremos mostrar que a atuação de defensoras e defensores públicos é fundamental para garantir acesso à justiça e direitos, como a construção de políticas públicas voltadas para a moradia digna”, disse Rivana.

Edição: Nádia Franco

Chuva e vento fortes, Porto Alegre suspende resgates com barcos

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Previsão é de vendavais de até 80 km/h

Por Agência Brasil – Brasília

Coma volta da chuva e vento forte, a prefeitura de Porto Alegre orientou que sejam suspensas temporariamente nesta quarta-feira (8) as operações de resgate com barcos. A recomendação foi divulgada às 14h.

O município prevê chuva de até 15 milímetros nas próximas horas, ventos de até 80 km/h e raios em toda a região metropolitana.

Frio

A partir desta quinta-feira (9), a previsão é de tempo frio e seco na maior parte do estado. As temperaturas devem cair, chegando a 4ºC e 8ºC nas regiões mais frias. Em Porto Alegre, a mínima deve ser de 12ºC, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Tragédia

Já chega a 100 o número de mortos em consequência das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul ao longo da última semana. Segundo a Defesa Civil estadual, quatro óbitos estão sendo investigados para determinar se, de fato, foram causados por efeitos adversos das chuvas, como enxurradas, enchentes, inundações, deslizamentos e desmoronamentos.

Há ao menos 128 desaparecidos em todo o estado. O boletim divulgado ao meio-dia desta quarta-feira (8) informa que cerca de 1,45 milhão de pessoas já foram afetadas pelas consequências das chuvas em 417 municípios gaúchos.

Edição: Carolina Pimentel

Quatro em cada 10 moradias do país têm alguma inadequação básica

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Problema atinge mais negros, mulheres e trabalhadores de baixa renda

Por Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

Quatro em cada 10 domicílios (41,2%) em cidades brasileiras apresentam inadequações como falta de energia, saneamento básico, banheiro exclusivo e armazenamento de água, além de insegurança fundiária.

Atualizada com dados de 2022 pela Fundação João Pinheiro na última terça-feira (7), a pesquisa sobre Déficit Habitacional Urbano mostra que chega a 26 milhões o número de residências nessa situação, habitadas principalmente por trabalhadores de baixa renda, mulheres e negros.

Um domicílio é considerado inadequado quando tem características que prejudicam a qualidade de vida dos moradores pela falta de estruturas ou serviços básicos. São consideradas inadequações a carência de infraestrutura urbana (energia elétrica, abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo); as carências edilícias (ausência de banheiro exclusivo, número de cômodos servindo de dormitório e armazenamento de água, piso e cobertura inadequados) e a inadequação fundiária urbana.

A Região Norte do Brasil concentra a maior quantidade de domicílios com inadequação de infraestrutura urbana, com aproximadamente 6 milhões, seguida pela região Nordeste, com quase 4 milhões. A Região Sudeste se destaca quando o quesito é a inadequação edilícia, com mais de 3 milhões de domicílios, e também na inadequação fundiária, com aproximadamente 1,8 milhão.

Para realizar a pesquisa, a Fundação João Pinheiro utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (PnadC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).

Gênero e raça

Gerente de incidência em políticas públicas da Habitat para a Humanidade Brasil, Raquel Ludermir. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
Gerente de incidência em políticas públicas da Habitat para a Humanidade Brasil, Raquel Ludermir – Arquivo pessoal/Divulgação

Entre os domicílios com inadequações, mais de 60% são chefiados por mulheres e mais de 53% têm responsável que se declara não branco. A gerente de incidência em políticas públicas da Habitat para a Humanidade Brasil, Raquel Ludermir, destaca que o déficit habitacional brasileiro, bem como o grande número de moradias precárias, afeta principalmente os grupos que, historicamente, sofrem com a desigualdade, especialmente mulheres pretas e de baixa renda.

“Apesar do dado não especificar a localização, os recortes de gênero, raça e região direcionam para o entendimento de concentração de domicílios inadequados em favelas e regiões periféricas, o que é um problema histórico do país”, explica a pesquisadora.

“Essa concentração revela o descaso com políticas públicas voltadas para o direito à moradia e à cidade que são problemas graves do país e podem ser percebidos no dia a dia, principalmente quanto a oferta de infraestrutura urbana pública.”

Os impactos de se viver em um domicílio inadequado para a qualidade de vida são muitos, dependendo do tipo de inadequação que é analisada. A falta de esgotamento sanitário, por exemplo, deixa a família mais propensa a doenças. Já a falta de um banheiro exclusivo deixa mulheres e crianças em situações de vulnerabilidade.

“Não há como garantir direitos básicos e reduzir a grande desigualdade do país sem que a moradia se torne, de fato, um direito de todo cidadão. Afinal, ela é a porta de entrada para outros direitos. Uma moradia adequada é determinante para o direito à saúde, educação, segurança e laços afetivos e comunitários, além de oferecer segurança contra a violência doméstica e sexual, reduzir a incidência de doenças e contribuir para um melhor rendimento escolar”.

Edição: Denise Griesinger

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,02 bilhões de valores a receber

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Sistema do BC já devolveu R$ 6,54 bilhões em recursos esquecidos

Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil – Brasília

Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,02 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de março, divulgou nesta quarta-feira (8) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 6,54 bilhões, de um total de R$ 14,56 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de março, 19.842.315 correntistas haviam resgatado valores. Isso representa apenas 31,1% do total de 63.800.451 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que já retiraram valores, 18.720.053 são pessoas físicas e 1.122.262 são pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 40.746.526 são pessoas físicas e 3.211.610 são pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque têm direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,54% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 24,95% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,75% dos clientes. Só 1,76% têm direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em março, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando foram resgatados R$ 218 milhões.

Melhorias

A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vidas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Fontes de recursos

Também foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba valores, já disponíveis para saques no ano passado, nas contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Sistema de Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do SVR pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

Edição: Fernando Fraga

Governo do Amapá garante segundo arco cirúrgico para acelerar procedimentos no HE, em Macapá

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Com o equipamento, pacientes poderão ser atendidos com cirurgias menos invasivas e maior agilidade na recuperação.
Por: Jamile Moreira

O Governo do Amapá destinou um segundo arco cirúrgico para o Hospital de Emergência (HE), em Macapá. O equipamento foi entregue nesta terça-feira, 7, na unidade de saúde e irá aprimorar os procedimentos cirúrgicos realizados no estado. A aquisição do aparelho contou com recursos de R$ 17 milhões, do Tesouro Estadual.

A distribuição de equipamentos de imagem acontece desde 2023, com 11 municípios amapaenses beneficiados. As primeiras unidades de saúde a receberem os equipamentos foram o Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima (Hcal), Hospital Estadual de Santana e o HE, que agora recebe o segundo equipamento.

Os arcos asseguraram melhor assistência à população. Conhecidos como intensificadores de imagem, eles permitem que os cirurgiões visualizem todas as estruturas internas do paciente de forma dinâmica e em tempo real.

De acordo com o  responsável técnico do serviço de imagiologia do HE, Antônio Lalor, o arco que auxilia nas cirurgias ortopédicas chegou no momento certo, uma vez que o HE tem registrado aumento na realização de procedimentos do tipo.

“É um equipamento muito superior ao equipamento que nós temos hoje, e que vai nos permitir, com certeza, oferecer uma assistência diferenciada. Estamos trabalhando nesse sentido de otimizar o serviço, priorizando um atendimento de qualidade em tempo hábil para que todos os pacientes sejam atendidos de maneira digna e eficiente” explicou Lalor.

Esse é o segundo arco cirúrgico que o HE recebe, além dele a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) também realizou a entrega de um novo equipamento de raio-x e aparelho de ultrassonografia.

“Desde que o governador Clécio assumiu a gestão estamos tendo um investimento muito grande na saúde, em equipamentos hospitalares novos, medicamentos e correlatos. Hoje recebemos o segundo arco cirúrgico, totalmente novo e que vai auxiliar nas demandas das cirurgias de ortopedia do hospital”, detalhou o diretor do HE, Emanoel Martins.

O novo arco cirúrgico será responsável por dinamizar os atendimentos no centro cirúrgico do hospital, tornando os procedimentos menos invasivos e impactando positivamente na recuperação dos pacientes.

Após a instalação, os profissionais da saúde passarão por um treinamento prático e teórico sobre o manuseio do equipamento, para que ele comece a ser utilizado no hospital.

Mais equipamentos

Em agosto de 2023 o Governo do Amapá investiu R$ 17 milhões na aquisição de 42 novos equipamentos para unidades de saúde de 11 municípios, de acordo com a necessidade hospitalar de cada um.

Entre os aparelhos, estão: raio-X fixo e móvel com braço articulado, arco cirúrgico, equipamento de sistema de radiologia computadorizada, aparelho de ecocardiografia, ultrassonografia com doppler, mamógrafo, tomógrafo e equipamento de ressonância magnética.

Ministério Público vai avaliar necessidade do uso de algema em menores

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STF estabeleceu hoje regras para uso do equipamento

Por André Richter – Repórter da Agência Brasil – Brasília

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (7) estabelecer regras para o uso de algemas durante prisões de menores infratores. A decisão foi tomada por unanimidade.

A partir de agora, o uso de algemas deverá ser justificado à Justiça. Caberá ao Ministério Público (MP) avaliar a necessidade de uso de algemas quando o menor for mantido preso.

O infrator deverá ser apresentado ao membro do MP no prazo de 48 horas e não poderá ficar detido com maiores de idade. Além disso, o conselho tutelar também poderá ser acionado para opinar sobre o caso. A regulamentação da questão será feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

As regras foram apresentadas pela ministra Cármen Lúcia, relatora do processo que motivou o julgamento da questão.

Segundo a ministra, o Supremo recebe diversas reclamações sobre o uso de algemas em menores infratores.

“Há uma insensibilidade de juízes, que acham mais cômodo mandar algemar ao invés de pedir providências para que os fóruns brasileiros tenham condições de realizar sua função”, afirmou a ministra.

Os ministros Luiz Fux, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes acompanharam o entendimento.

Em 2008, o STF decidiu que o uso de algemas em presos é medida excepcional e deve ser justificada.

Edição: Aline Leal